Massacre Eldorado Carajás
Hoje, 17 de abril de 2018 completa 22 anos do massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás no Pará onde 21 trabalhadores sem-terra, na Curva do S, trecho da rodovia PA-275, no sul do Pará, foram brutalmente assassinados por policiais militares do estado.
Eram mais de 1,5 mil pessoas organizadas pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) marchando do Assentamento Palmares, no sul do Pará, em direção a Belém, para reivindicar assistência ao Assentamento e a desapropriação da Fazenda Macaxeira, ocupada desde 1995, em Eldorado dos Carajás. No sétimo dia, homens, mulheres e crianças ocuparam a rodovia exigindo do governo do estado (Almir Gabriel - PSDB) alimento e transporte para completar o percurso.
No lugar dos 50 ônibus prometidos, o governador e o então Secretário de Segurança Pública, Paulo Sette, enviaram uma operação com mais de 155 policiais para liberar a rodovia, que se transformou em uma chacina, com 21 trabalhadores assassinados e 69 feridos. Muitos deles foram mortos à queima-roupa, com tiros na nuca e nas costas, contradizendo o discurso das forças de segurança de que haveria tido "confronto" com a polícia.
A cena do crime foi alterada com a retirada dos corpos, a ausência de identificação no fardamento dos agentes e o sumiço da cautela de armas (que identifica qual armamento foi usado pelos policiais).
O coronel Mário Colares Pantoja e major José Maria Oliveira foram julgados e condenados a penas de 280 e 158 anos, respectivamente. Os policiais de patentes inferiores envolvidos no massacre foram todos absolvidos por falta de provas. O governador, o Secretário de Segurança Pública e o Comandante da Polícia Militar, à época, Fabiano Lopes, foram isentados da investigação.
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